quarta-feira, 6 de novembro de 2013

GASTRONOMIA E COSTUMES NO NORTE DO PARANÁ NOS ANOS 60


A maioria das  famílias da classe média e classe média baixa nos anos 60 e 70 não conheciam os pratos e alimentos  da atualidade. Naquela época pouquíssimas famílias almoçavam ou jantavam em restaurantes ( a não ser quando viajavam). Quase ninguém pedia pizzas e lanches por telefone. Não havia este serviço... Pratos como Estrogonofe, lazanha, Filé ao molho madeira, bife a rolê, bife a parmegiana, medalhão de filé mignon, salpicão... poucos conheciam. Maçã só havia as importadas e as pessoas destas classes sociais só as comiam se ficassem doentes. Iogurte, chocolate e coca-cola eram artigos de luxo... churrascos só em casamentos e festas de final de ano. A  maioria  das famílias consumiam apenas o trivial, ou seja, arroz, feijão, ovos, verduras ( que a maioria plantava no fundo do quintal), legumes. Não era todo o dia que havia carne... quando tinha as opções eram frango caipira ou porco. Carne de boi só aos domingos. Aos domingos, impreterivelmente  além de bifes ou frango era servido a famosa macarronada com molho de tomates. Batatas com creme de maionese era muito raro. Minha mãe servia sempre  ( e até hoje) batatas cozidas e tomates recheados. Sobremesa era sempre com frutas da época. Refrigerantes nem pensar. Pudins e sorvetes muito raramente. Minha mãe além destes pratos preparava também outros que poucos hoje conhecem: salada de serralha e cambuquira ( broto de abóbora  cozido). Nas festas de final de ano era servido pernil de porco, leitoa e frango assado, arroz, macarronada, maionese, salada, guaraná antartica e cerveja. O charme é que as carnes eram em sua maioria assadas em fornos caipiras à lenha. O sabor era muito melhor. Apesas da comida simples as crianças não  eram enjoadas... comiam de tudo... saladas.. legumes.. ovos fritos.. e até carne ( quando tinha)... Na época a televisão estava engantinhando... não éramos ainda uma "aldeia global"... o povo ( a maioria vindos da roça) eram pessoas simples, mas educadas... criadas com o temor à Deus.... as crianças e jovens "curtiam" os pais, avós e tios... havia respeito aos mais velhos e as autoridades... Os prefeitos cuidavam melhor das cidades... O dinheiro era "curto" mas todos eram mais felizes... os bailes eram ótimos... a dança era melhor... a música era melhor... até o ar era melhor... as pessoas podiam andar à noite e de madrugada pelas ruas que no máximo encontrariam apenas algum  bêbado... Naquela época não se ouvia falar em crack e cocaína... uma meia dúzia apenas fumava maconha, mas não incomodavam ninguém. Os jovens não viviam bebendo cerveja como hoje. Poucos tinham carros.. e poucos morriam bêbados conduzindo carros. Os filhos ajudavam os pais nos serviços da casa... grandes  grupos de crianças brincavam juntos... se exercitavam e dormiam como anjos... As crianças faziam os seus próprios brinquedos usando serrote, martelo, arco de pua, pregos, arame... Fazíamos arco e flexas, carrinhos e muito mais...  Da década de 80 para cá a qualidade de vida o povo  foi  progressivamente melhorando no que concerne aos alimentos, roupas, móveis, carros e eletrodomésticos. Mas sempre tem o lado ruim... os alimentos hoje engordam mais... tem colesterol... excesso de sal... excesso de açucar... e pior.. ao analisarmos comportamento, respeito, educação e segurança, regredimos  muito. Hoje uma criança dificilmente anda descalço.. não toma sol... não sobe em arvores... não sabe o que é uma aventura no rio... no sítio.. andar à cavalo.. brincar na cachoeira.. pescar lambaris... brincam no computador o dia inteiro e querem namorar aos 12 anos.... JOSÉ CARLOS FARINA

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O RÁDIO NO NORTE DO PARANÁ ( DÉCADAS DE 40 a 70 ) by FARINA


Antigamente, nas décadas de 40 a 70, na zona rural, eram poucas as famílias que possuiam rádios como este. Lembro-me que no sítio do meu avô toda noite vinham alguns amigos dele ouvir as notícias da "Voz do Brasil"... Aí "rolava" um cafezinho...  um cigarrinho de palha e muita prosa. Na minhas férias eu também estava por ali... bons tempos. JOSÉ CARLOS FARINA